...defloramento, por exemplo, é uma palavra
linda. Convida a violar o lacre de uma flor
de carne. Uma vez aberta, a flor
simulará resistência ao avanço daquele
que pretende entrar. Mas nem tudo
será verdade. Quando o abismo chama,
há que contar com anedotas do destino,
ritos que se cumprem sem pergunta.
A flor de carne, pétalas se movendo
em círculos concêntricos por força do
instante - matrimônio de luz e trevas -
devolve o menino ao mundo.
"Pequena morte, pequeno monstro,
que poder nos traz aqui?" Isso
diria o menino, se pudesse. Não pode.
E, no entanto, move-se.
Words by Lívia Soares
Painting by Christopher Mir
24 comentários:
Minha cara Lívia;
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O poema da mandrágora desafia análise profunda, quase de imersão total nos pensamentos que os versos como estes expressam tão perfeitamente.
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O que as velhas e queridas leituras pagãs não proporcionam com suas informações privilegiadas, não é mesmo?
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Cheguei até a fazer uma espécie de "regressão" aos bons tempos, antes do "grande expurgo", quando ainda ousava me deslumbrar com essas coisas.
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Mas a velha curiosidade de pesquisador continua latente, feito brasa dormida. Por isso, com a sua aquiescência, lerei mais uma vez o belo poema.
.
Abraço do
Carlos
Cara Lívia,
Belíssimas as suas palavras.
Um abraço e bem haja pela sua delicadeza.
Querida Lívia
Achei maravilhosa a forma instigante de como conduziu seus versos nesse "defloramento" na verdade tão poeticamente retratado, concorda?
não pude deixar de lembra-me de Hilda Hilst, creio que pelo encantamento,envolvimento e doçura ao expressar temas profundos,
que na verdade estão entranhados dentro de nós.
Resta-me parabenizá-la, vc e Ch seguem um belo caminho e quem sabe poderiam lançar um livro em conjunto? seria um começo o que acha?Ambos possuem o mesmo requinte com os versos
Lívia vamos trocar idéias qualquer dia
no mais agradeço seu carinho e incentivo, agradeço muito, e deixo aqui um abraço grande
Lívia
Sua visita é motivo de alegria para mim e suas palavras tão simpáticas me incentivam a também pesquisar "bibliotecas" afora.
Obrigada, viu?
Quanto aos espaço, o que dizer senão o que já foi dito? Gosto muito de vir e acompanhá-la, pois faz um tempo que a visito, antes como anônima. Parabéns!
Beijo carinhoso
Só hoje me foi possível ler com profundidade o seu poema. Quanto erotismo o mesmo encerra quando diz
..."Uma vez aberta, a flor simulará resistência ao avanço daquele que pretende entrar."
Um grande abraço para o Brasil.
Querida Lívia,
É um belo poema. E tem essa sua marca, esse algo que percebí logo nas primeiras leituras: além do ritmo exato entre as palavras e os silêncios, a escolha de belíssimas metáforas, sempre uma surpresa.
Um grande abraço!
Lívia:
O poema pulsa como um coração verbal.
O poema cintila como uma reflexão surreal.
O poema dialoga numa explosão total.
(Visite meu site, quando puder:
www.entre-textos.blogspot.com)
Ah...Amo textos assim.
Creio eu que se acreditasse em vidas passadas ou futuras fosse um adorador pagão.
Amo dualidades, paradoxos e o livre arbítrio, gosto de palavras que atingem mais que o olho de quem lê.
Defloramento, esse rasgar de coisas puras, a transformação do corpo e da mente, alias de todos os ambientes me fascina, assim como a bondade e o pecado, que nem sempre sabemos qual é qual, alias, lembra me uns textos antigos meus.
Que por mais que eu tente continuam se parecendo com os novos.
Que poder nos traz aqui?Queria eu saber, o que faz com que os poetas sejam diferentes dos seres normais, por que temos esse poder de transformar palavras ou textos curtos em historias que podiam jurar ser verdade, ou jogar a verdade em palavras para faze-las serem entendidas como fantasias de uma mente doentia.
Que poder nos traz aqui?
Parabéns.
Quando volta, Lívia?
Acho que todo o mundo está com saudades suas.
Abraço
Eppur si muove, como disse o outro.
Olhe, venho desejar-lhe uma quadra feliz, com paz, passada em família.
Beijinhos
Estimada Livia
Hondo este tu poema, con esa flor en mitad de él, de donde nacen todos los misterios, todo lo humano.
Estos días descanso un poco. Te deseo hermosos días al lado de los tuyos.
Un abrazo
Esse poema é mesmo mito bonito.
Gostei de o ler, eu que sou uma pessoa mais de imagem do que das letras.
Aproveito para desejar Boas Festas.
um abraço
Um Natal de luz e amor e um ano de 2008 muito feliz.
Um beijo.
Só peço aos Deuses que as minhas fotografias lhe dêem o mesmo prazer que a sua Poesia me da,
eu sei que não é fácil,
mas eu ando-me a esforçar.
Um beijinho e um Natal com alegria.
zé boldt
Querida Lívia
Que sua inspiração seja um sentimento latente nos dias vindouros,e que o Natal não seja um dia,esse "renascer" íntimo possa estar presente em cada amanhecer de sua vida
abraços
sua amiga dos pantanos e matas
Edna
Olá Lívia
Passei para lhe desejar, umas Festas Felizes e um 2008 cheio de novas poesias.
Um abraço
Cara Lívia
Passando para lhe desejar um Natal cheio de amor e paz juntos aos seus!
E que venham mais inspiração e poemas lindos...
Beijo carinhoso
Olá...encontrei seu blog através do Almofariz. Um grande blog (como disse o Carlos)!
Abraços
Querida Lívia,
Quase agora, quando que abri a janela desta sua casa para desejar-lhe um bom ano, me lembrei de algo que me encantou logo que cheguei aqui, foi a sua primeira postagem, onde você descrevia as razões daquele começo, e a força contida nele... E, de fato, volto sempre porque faz bem sentir essa força sincera que existe nas suas palavras.
Obrigada por compartilhar. Desejo-lhe um ano bonito nesse seu caminhar para a luz...
Um abraço com carinho.
Nossa fiquei ate tonta com esse poema...lindo demais mesmo...PARABENS!suas palavras colocadas com tanta sensualidade e delicadeza...isso tudo nao me surpreende, de fato, imaginei vc escrevendo assim mesmo.Fico feliz por vc,so falta lançar seu livro agora! Um grande beijo, que seu ano novo seja maravilhoso com muita saude e paz.
Mil beijos.
Tania Maria
2008 está a chegar!Que cada dia seja uma conquista.
Votos de FELICIDADE.
Querida Lívia, leve e denso o poema sobre o "defloramento"!... Belo exercício de desenhar, tecer, tingir com as palavras-penas-plumas-pétalas-pincéis!!!... Sim, como diz Carlos, também, também desafiante, exigente de renovadas leituras, de outros mergulhos, o teu poema-lago, poema-jardim, poema-floresta... Bom passear por este pedaço de teu mundo, neste início de ano. Aproveito o ensejo para desejar um 2008 pleno de paz, paixão e poesia! Abraços alados.
recrio o que posso falar é desatino e vontade de porguntar...será que meses e anos podem acasalar? e se enganos podem ouvir e disser por amor ao tino? será que tudo serve para comer, até o agreste sorriso.
Emidio aboobacar.
gosto de todos os teus poemas
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