sexta-feira, 30 de julho de 2010

Dos "Cadernos de Poesia": Oscillating With Helen



Aqui no alto, sou amiga íntima do ar,
apenas. As cordas se afiguram detalhes no desenho
dos movimentos que me entregam de corpo aberto
à respiração da grande tenda, à simulação da queda,
ao elegíaco salto para o Nada - que não darei -
roubando assim o fôlego de vocês.
A minha alma segue obedecendo a evoluções
que o seu Senhor lhe ensinou. O meu coração
pende no fio quase invisível do seu voo
contra um céu pintado - suspensa a descrença,
um pouco de luxo, meu Deus, que eu também
preciso...! Daqui, ninguém sai vivo. Daqui,
ninguém sai voando. Mas quem dentre vocês
pode um dia afirmar que não me seguirá?


Words by Lívia Soares
Photo by Victor Lopez Ruiz

10 comentários:

Luciana Marinho disse...

"daqui ninguém sai vivo"...


...sempre me dá um susto!



beijoca!

Rafael Castellar das Neves disse...

Caramba...soco na boca!! Gostei muito!!

[]s

Ana Isabel disse...

olá
retribuindo a visita...
ao final de algum tempo, meio ausente, estou de regresso e espero manter-me por aqui o mais assídua possível. Isto é quase como regressar a casa...vamos espreitando e vendo se os "vizinhos" ainda por cá estão e é um alegria enorme quando nos reencontramos. bj

Jorge Elias disse...

Volta carregada de significado.
Como "poeta suicida covarde" me identifiquei muito com seu poema.
Muito bom tê-la de volta.

Abraço do amigo

mdsol disse...

Q. Lívia

Que bom que voltou. E que bem que voltou. Fico feliz.

Um beijinho, do lado de cá das águas.


:)))

vieira calado disse...

Passei para ler e deixar cumprimentos.

Bjs

Juan B. Morán disse...

Hola Livia:

También siento una profunda complicidad cuando paso por aquí y me detengo y admiro tus búsquedas siempre llenas de sentido.

Un abrazo

m disse...

eu não posso, certamente.
me sinto tão perto de você, estranho hein. bjs

O Neto do Herculano disse...

Daqui ninguém sai vivo,
definitivamente.

Graça Pires disse...

"O meu coração pende no fio quase invisível do seu voo contra um céu pintado"... onde os corpos perdem a sombra...
Um belo poema.
Beijos.