sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Dos "Cadernos de Poesia": Chronos & Cia.


Cada dia te entrega e te arrebata.
As noites são labirintos lunares de outono,
num país onde não há outono,
numa casa que não é a minha.
O tempo serpenteia, arrastando nossos corpos.
Quem pode com seu fluxo? Quem se importa?
À sombra do teu cabelo, mal posso esperar
pelos sabores e odores dissonantes, em cascata.
Quanto pagarei pelo banquete?
Em meio à perfeição do encantamento,
tudo aquilo que não pode durar
tem a perenidade das coisas inventadas:
cada dia me entrega e me arrebata.

 Words by Lívia Soares
Image: "The Rape of Proserpina", sculpture by Gian Lorenzo Bernini (detail)

3 comentários:

devaneiosaovento disse...

Cara Lívia
Não resisti em aqui estar para elogiar seus escritos, vejo que temos algo em comum, nossso amigo Carlos, que pediu-me para conhecê-la. Será um prazer tê-la tb no meu círculo de amigos aqui na net, meu blog é dedicado aos grandes poetas,onde posto os poemas que mais gosto. Apareça, será bem vinda.
um abraço

Carlos Henrique Leiros disse...

Cara Lívia;
Mais um belo poema por aqui.
Sinto que ao poeta não é dado o direito de se arredar de tantos questionamentos. É como se a vida nos sabatinasse diariamente.
E você consegue exprimir com detalhes cada pausa, cada visão que estarrece.
Um abraço do
Ch

Carlos Henrique Leiros disse...

Também contente por constatar a visita da minha amiga Edna ao seu espaço.
E, com ela, que novas amizades se consolidem aqui.
Abraços.
Ch